domingo, 14 de dezembro de 2008
The Blessed Damozel
A donzela abençoada se inclinou
Do balcão dourado do paraíso
Seus olhos eram ainda mais profundos que a profundidade
Das tranqüilas águas nos momentos de paz;
Ela trazia três lírios na mão,
E sete eram as estrelas nos seus cabelos.
Sua túnica, fechada dos pés à cabeça,
Não era adornada por flor alguma,
Senão uma rosa branca dada por Maria
Por serviços devidamente cumpridos: 10
Seu cabelo lhe caia às costas
Era amarelo qual milho maduro.
Aparentemente ela sequer fora
Uma das coristas de deus por um dia
A maravilha mal havia acabado
Daquela plácida figura;
Embora para eles
Ela deixara seu dia contado em 10 anos
( E se, isto é dez anos de anos.
...Ainda agora, neste local, 20
Certamente ela se inclinou sobre mim- seu cabelo
Caíra sobre minha face...
Nada: o Outono queda das folhas.
O ano inteiro ajusta o passo.
Traduçao de Dante Gabriel Rossetti
Cacthing the time up
É isso, estou a escrever sobre ensaio sobre a cegueira, alguém viu o filme? muito bom e merece sim um texto; tb estou a traduzir um poeta Londrino chamado Dante Gabriel Rossetti, se tiver saco eu posso postá-las, as traduções.
E por ora isso é tudo
Lucifer Sam
domingo, 30 de novembro de 2008
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
A SORT OF HAIKU IN ENLGISH
The steady drowsy Noise
Of a plane
drives me me Numb
almost Insane
Oh Hunky Dory
The world`s still
The same
No Glory
Nor Fame.
sábado, 29 de março de 2008
Tradução, Gregoy Corso
Gregory Corso
Birthplace Revisited (from Gasoline)
I stand in the dark light in the dark street
and look up at my window, I was born there.
The lights are on; other people are moving about.
I am with raincoat; cigarette in mouth,
hat over eye, hand on gat.
I cross the street and enter the building.
The garbage cans haven't stopped smelling.
I walk up the first flight; Dirty Ears
aims a knife at me...
I pump him full of lost watches.
© Copyright 1955, 1958 Gregory Corso
Casa onde nasci
Estou parado à luz sombria da rua escura
e olho pra minha janela acima, nasci ali
As luzes estão acesas; outras pessoas lá se movem
Visto um sobretudo, cigarro no canto da boca
De Gabardina, mão no gatilho
Atravesso a rua e entro no prédio.
As latas de lixo não deixaram de feder
Subo o primeiro lance de escadas; Orelhas Sujas
me aponta um canivete...
terça-feira, 18 de março de 2008
Gatinha
Hoje, caminhando na rua, parei pra acariciar a gata branca da vizinha- adoro gatos- e me lembrei de Gatinha. Gatinha também era branca, mas com algumas manchas negras. Eu a tive quando morei em Campinas, e que, por falta de opção, a gente a chamava assim, Gatinha. Ela era muito arredia e agressiva com todos, menos comigo. Aceitava, não de muito bom grado, diga-se de passagem, que meus room_mates lhe dessem comida, quando era eu, ela quase demonstrava alguma felicidade- era uma felina discreta, muito discreta...
Confesso que me apeguei a ela. Às vezes, eu fantasiava que Gatinha tinha se tornado um humano felino ou felinumano, sem ter perdido os pelos do corpo, a minha fiel- na verdade leal já estaria bom- companheira...namorada... a menina ideal, arredia e agressiva com os demais, menos comigo, mas ainda assim eu deveria saber como me aproximar...
Certa tarde, eu tava deitado de costas no colchão em que dormia, cochilava, despertei, ela tava deitada no meu peito, olhei-a nos olhos e fechei os meus vagarosamente- pois é assim que se conversa com os felinos...pra eles sentirem que não chamam atenção, e não correm perigo; ela também fechou os seus em cumplicidade, e me perguntou, “tudo bem aí?”.
Tive um arroubo de entusiasmo, eu ouvira a gatinha falar, mas não o demonstrei, teria sido muito canino de minha parte; não fora uma pergunta qquer, ela perscrutara, ela via, sabia das regiões freqüentemente intranqüilas da gente- olhei significativamente pra os seus olhos- eu acabara de me sentir bem melhor, e, com voz embargada, disse lhe- “ agora sim”.
Não muito tempo depois ela estava com um porquinho da índia do vizinho ao lado na boca, era uma gata muito selvagem e carnívora aquela. Todo manchado de sangue o preá gritava desesperado, vi a cena e sorri desdenhoso: todos os roedores, à exceção dos ratos cinzas vadios noturnos que rondam os esgotos, porões e armazéns carregados de comida, me parecem o vazio personificado, a futilidade impera nos seus olhos inexpressivos.
Então eu disse a ela, muito bem, Gatinha. Mas meu room_mate feliz aparecera ali naquele instante, escandalizado, atirou pedras na felina pra que ela soltasse o estúpido, inócuo e insignificante preá. Ela, arredia como sempre, abandonou o banquete e desapareceu, o preá ficou ali, o room_mate foi tentar pegá-lo e o preá assustado mordeu-lhe a mão, saiu sangue, não pude deixar de rir. Por fim ele pegou o bichinho estúpido e devolveu ao turco fedorento, seu dono e nosso vizinho.
Gatinha apareceu morta dois dias depois no quintal, o vizinho fedorento a envenenara, como já vinha fazendo com todos os felinos da região, quer comessem ou não os seus preás. O room_mate feliz disse qualquer coisa, enquanto víamos o seu corpo estendido no chão- ela tinha a lingüinha pra fora. Olhei-o bem nos olhos, “pelo menos o preá tá bem, parabéns meu caro”.